No Brasil, país de formação social acentuadamente católica, verificou-se através da religião, profunda confraternização de valores e sentimentos. A religião foi o elemento primordial que dominou todos os outros aspectos do “encontro” entre a cultura negra e a cultura européia. Para o africano ela representou a possibilidade de “abertura” na estrutura social montada pelo colonizador através da qual percebia a perspectiva de manter seus valores culturais.
Uma das formas de socialização que o negro, escravo ou liberto, vivenciou foi a participação e atuação em Irmandades religiosas. Foram muitas as Irmandades aqui existentes: Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Boa Morte, Bom Jesus dos Martírios, Santo Antônio de Categeró, Santa Efigênia etc.
Em fins do século XV surgiram em Portugal as primeiras Irmandades do Rosário de Homens Pretos. A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos às Portas do Carmo foi uma das primeiras confrarias de negros criadas no Brasil. Há registros de que os negros se reuniam na Sé Catedral para rezar e venerar a Senhora do Rosário, desde 1685.
A Irmandade exerceu grande influência e serviu como base e apoio para todos os negros, libertos ou escravizados, que lutavam contra o sistema escravocrata brasileiro. Graças a sua organização e resistência constantes, conseguia comprar a liberdade de muitos escravizados negros da Bahia.
Até a próxima postagem!!!
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